Força bruta

Ouça o nosso podcast em parceria com Original Pinheiros Style sobre o gênio Jorge Ben! Não tem pra ninguém: a discografia do homem de 1963 a 1976 é imbatível. São 12 discos autorais lançados em 14 anos, com uma inspiração sem precedentes na música mundial. Beatles? Teve uma trajetória bem mais curta (de 1963 a 1970) e os primeiros discos não tinham o nível de excelência estabelecido a partir de “Rubber Soul” (1965). Bob Marley? Gravou menos álbuns em um intervalo maior (de 1965 a 1980, ano de sua morte).

O nosso herói Babulina tem um desempenho impressionante desde sua estreia, em 1963, com o revolucionário “Samba Esquema Novo” — em que apresenta sua batida de violão escoltado pelo quinteto de samba-jazz Meirelles e os Copa 5, quando a música brasileira ainda absorvia o impacto da bossa nova. Depois disso, o carioca flertou com a Jovem Guarda (em “O Bidú”, de 1967); inspirou e se deixou inspirar pela Tropicália no psicodélico “Jorge Ben”, de 1969; sintetizou o balanço de forma milagrosa ao reduzir a formação instrumental basicamente a violão e percussão, na companhia do Trio Mocotó, nos álbuns “Força Bruta” (1970) e “Negro é Lindo” (1971); expandiu novamente o som a partir de “Ben” (1972); atingiu o auge de genialidade nos dois álbuns inspirados na alquimia (“A Tábua de Esmeralda” e “Solta o Pavão”, de 1974 e 1975 respectivamente); e explodiu com a superbanda Admiral Jorge V e seus 15 músicos em “África Brasil” (1976), influenciado pelo soul e funk estadunidenses.

Suas letras, igualmente, esbanjam uma simplicidade extremamente original que discorrem sobre suas muitas musas, a melancolia e o êxtase das paixões, o futebol, a negritude, a alquimia e digressões existenciais. Este podcast presta um tributo passional a este recorte da obra do artista, com quatro horas de música e informação. E olha que a gente nem falou sobre o absurdo LP duplo “Gil & Jorge – Oxum Xangô” (1975), gravado em parceria com Gilberto Gil, que merece um programa só pra ele. Apresentação: Pedro Pinhel e Ramiro Zwetsch. Ilustração MZK. Som na caixa!

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